Pela primeira vez o Parque Nacional do Iguaçu autorizou a entrada uma turma de fotógrafos para uma expedição à noite nas Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

A iniciativa foi conduzida por Victor Lima, profissional que trabalha com astrofotografia. Junto dele, 11 alunos participaram da expedição. Veja o resultado nas fotos abaixo.

Para fazer os registros, Lima usou a técnica fotográfica de longa exposição, quando o sensor fica exposto por alguns segundos para captar a imagem, normalmente utilizada em ambientes com pouca luminosidade.

“Foi fantástico fazer o trabalho fotográfico nas Cataratas. Durante o dia o lugar já é maravilhoso, mas durante a noite eu ouso dizer que é ainda mais bonito. Pelo menos através das lentes, técnicas de captura, é possível revelar muita coisa que não imagina que vai ter no céu, em conjunto com a maravilha desse cenário.”

Não houve nenhum tipo de montagem nas fotografias, conforme o profissional. Todas as imagens passaram apenas por um tratamento normal, como alteração de sombra, balanço de branco, contraste e saturação.

Imagens noturas revelam uma paisagem diferente no Parque Nacional do Iguaçu — Foto: Victor Lima
Imagens noturnas revelam uma paisagem diferente no Parque Nacional do Iguaçu — Foto: Victor Lima

O fotógrafo contou que para fazer os registros foi necessário muito planejamento, com auxílio da tecnologia, para saber exatamente onde os astros estariam posicionados, em conjunto com as Cataratas do Iguaçu, nas três noites da expedição.

“Dentro do planejamento estudo a movimentação dos astros, tudo isso astrofísica, uma matéria exata. Por isso precisa ser em uma determinada época do ano, em um determinado horário. No segundo semestre [de 2021], por exemplo, a Via Láctea começa a descer do lado da Argentina, então as fotos precisariam ser feitas de outra maneira.”

Foto mostra braço da Via Lácnea, Cruzeiro do Sul, nebulosa Eta Carinae, grande e pequena nuvens de Magalhães — Foto: Victor Lima
Foto mostra braço da Via Lácnea, Cruzeiro do Sul, nebulosa Eta Carinae, grande e pequena nuvens de Magalhães — Foto: Victor Lima
Núcleo da Via Láctea foi fotografado próximo do mirante das Cataratas do Iguaçu — Foto: Victor Lima
Núcleo da Via Láctea foi fotografado próximo do mirante das Cataratas do Iguaçu — Foto: Victor Lima

De acordo com Victor, quanto mais longe da poluição luminosa das cidades, mais fácil é observar os astros do céu.

No Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, por exemplo, é possível identificar o facho da Via Láctea a olho nu como uma região com aglomerado de estrelas. Entretanto, a fotografia é que revela os detalhes.

“É possível enxergar, mas não dá para ver como a nitidez da imagem, pois a câmera acumula luz e propicia a nitidez”, explicou.

Registros foram feitos em expedição fotográfica, em Foz — Foto: Victor Lima
Registros foram feitos em expedição fotográfica, em Foz — Foto: Victor Lima

 

Céu mostra Cruzeiro do Sul, Nebulosa Eta Carinae e braço da Via Láctea — Foto: Victor Lim
Céu mostra Cruzeiro do Sul, Nebulosa Eta Carinae e braço da Via Láctea — Foto: Victor Lima

 

O fotógrafo de Salvador (BA) trabalha profissionalmente desde 2018. Ele realiza expedições fotográficas pelo Brasil e mundo.

Segundo Lima, a beleza estética das imagens e o estudo pelas constelações é o que lhe fascina. Desde 2020 o fotógrafo deixou os trabalhos como engenheiro civil para se dedicar à arte.

“Em primeiro lugar, fotografo pela beleza. É um encanto pelo inexplorado, aquela coisa ,que desde garoto a gente vê filme do espaço sideral, como criança gera uma curiosidade natural. E conseguir fotografar a paisagem e revelar a beleza do universo é incrível. O resultado estético é fantástico, além do resultado cientifico do trabalho.”

fonte: G1